Arnaldo: o que eu vi

A calma é o que está presente - a arquitetura de cada imagem, a visível deliberação.

A tensão é o constante remeter a algo fora da foto: a não identidade das pessoas e das coisas, a “opacidade” que sempre é o limite de cada imagem.

O humor, a indiferença e o uso consciente da unidimensionalidade da linguagem não são o que se vê; são as ferramentas.

A calma é a do indivíduo, a tensão vem sempre da cultura exterior.

O significado parece distribuído em doses iguais: uma ração para você, barco, uma para você, palhaço, uma para você, espaço - agora andem por aí saindo e entrando nas fotos e cabeças, em repouso e em esforço.

Luiz Paulo Baravelli